10 fevereiro 2013

São as pessoas...

Não é só a esquerda.
Não é só a direita.
São as pessoas.

Políticos corruptos e desonestos habitam todos os partidos, seja esquerda, seja de direita.

E os políticos honestíssimos, também estão lá, nestes mesmos partidos.

Não é a bandeira política que garante integridade do político, mas sua correta conduta e postura íntegra.

Esta divisão entre esquerda e direita enfraquece a massa crítica que, dividida, ocupa-se em apontar os erros da oposição, quando poderiam, juntos, monitorar os escolhidos, enaltecendo as atitudes corretas e execrando as mesquinhas.

É cômodo, àqueles que se dizem "de direita", criticar a esquerda como um todo, ao invés de analisar cada um dos políticos que a compõem, selecionar, extirpar aqueles que não atendem à altura o cargo em que foram imbuídos.

E o mesmo procede os "da esquerda", que ao invés de selecionar os políticos que corroboram a intenção de dedicar-se para melhorar a pátria, acusam-na como um antro de manipuladores egoístas e interesseiros.

Assim, sufoca-se os benefícios executados por ambos os lados, exalta-se a desonestidade e os interesses mesquinhos, generaliza-se o conceito que qualquer um dos lados são compostos apenas por corjas, não importa quem a componha, e que a política é apenas um antro de vigaristas, independente de quem nela ingressar.

E não está isento de culpa o cidadão, o crítico, o jonalista, o eleitor, aquele que acredita ser o detentor da realidade política, que acredita a sua opinião sobre o que realmente acontece nos bastidores ser a exata imagem da realidade, e qualquer questionamento ou desvio desta sua iluminada percepção  é uma artimanha de oposição, que almeja solapar sua credibilidade.

Ocupa-se apenas em criticar, alimentar esta fragmentação, enaltece-se, certo de que está fazendo um favor à pátria, apontando o dedo acusador para aqueles que - acredita veemente, são os responsáveis por todos os erros e escolhas erradas na administração pública.

Este mesmo rigor em não aceitar que sua oposição possa vir a realizar fatos grandiosos à pátria colabora para sustentar este maniqueísmo, sustenta esta fragmentação de massa crítica, enfraquece-a, abre as trincas no poder público, onde os maus políticos podem se infiltrar e ali constituir seu ninho.

21 janeiro 2013

Não precisa pagar nada...

Outro dia eu ouvi, na televisão, TV Cultura, que se o homem tivesse que executar tudo aquilo que a natureza realiza gratuitamente, para nós, custaria três vezes mais do que todos os gastos atualmente.

Fiquei pensando... e não é exatamente isso que o mercado deseja?

Eliminar esta concorrente desleal, que tudo nos cede, generosa e gratuitamente, para poder então oferecer mais um serviço, a preços módicos?

Converter o gás carbônico em oxigênio, realizar a decomposição da matéria orgânica, transformando-a em adubo fértil para as plantas,  ou a evaporação, que atualmente leva água de graça! às terras áridas... E se tudo isso tivesse que ser feito por uma empresa, uma transacional?

 Ninguém reclamaria, afinal, quem hoje acha ruim pagar para ter água doce em casa - se qualquer bacia no quintal, na chuva conseguiria, de graça? Ou pagar para esquentar esta mesma água com eletricidade ou gás,  se poderia fazer gratuitamente, com aquecimento solar? Ou pagar tributos pela coleta de lixo, se poderia fazer compostagem no quintal?

É isso aí, vamos mercantilizar tudo, eliminando esta concorrência generosa...