07 maio 2015

A exaltação do egoísmo

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Existem, em todas as culturas, aqueles seres que pensam primeira e exclusivamente em benefício próprio, acima de qualquer necessidade alheia - o egoísta.

E o ecossistema em que este ser está inserido pode influenciar, favorecer - até incentivar esta conduta, ou não.

Há o ambiente social e econômico que reconhece a conquista individual mediante competitividade, onde exalta aquele que, julgando-se mais esperto, faz escolhas nem sempre éticas, buscando ascender financeiramente, concentrando cada vez mais e mais, para obter mais posses, mais bens, mais influência, mais poder, mais.

Há também o ambiente que universaliza o suporte às necessidades definidas como básicas para o estabelecimento de condições favoráveis de vida coletiva, tais como educação, saúde, assistência financeira em casos de necessidades.

Em ambos os ambientes, o egoísta habita.

Porém, em nosso primeiro exemplo, esta persona comumente é tida como esperta, ousada, disposta a correr riscos... com grandes chances de ser bem sucedido em sua empreitada - sobrepõe-se aos concorrentes, concentra os disputados recursos deste ambiente específico, solapa oportunidades de uns, priva condições de outros, dificulta vidas alheias.

Já em nosso segundo exemplo, o esperto irá usufruir das condições favoráveis que é oferecida indistintamente à todos - não precisa trabalhar, pois a assistência financeira mantém seu direito de consumir, garante-lhe atenção à saúde, oferece estudo, casa, roupas, enfim: supre-lhe todas suas necessidades básicas, permite permanecer nesta condição o tempo que desejar.

Com o diferencial que sua conduta não privará os outros que, por circunstâncias quaisquer da vida, encontram-se em situação desfavorável, necessitam de suporte e amparo para superar uma condição dada, para retornar à rotina laboral.

O problema surge quando a atitude egoísta de alguns passa a ser considerado a conduta-padrão, o comportamento da maioria, a suposta manutenção de uma legião de inúteis em detrimento de uma parcela - para "resolver" o problema: priva-se  todos os necessitados, indistintamente, de quaisquer condições de assistência e suporte para superar uma condição desfavorável e realizar seu reingresso social.

Exalta-se o egoísmo.

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